Como
disse aqui, não andava satisfeita com os meus resultados a nível de controlo de
glicémias. Em média, até andavam controladas, mas tinha hipos e hipers com
alguma frequência. Não só quando “falhava” a contagem de hidratos porque comia
qualquer coisa 1 bocado diferente, mas também noutras situações em que não
parecia ter feito nada errado.
Entretanto,
como gosto de ler sobre desporto e nutrição, deparei-me com a dieta cetogénica
(ketogenic diet). Há quem a confunda com outras dietas baixas em hidratos de
carbono como a dieta Atkins ou a dieta Paleo. Mas a dieta cetogénica é bastante
diferente num aspeto muito importante: a sua ideia de base é alterar o metabolismo (e a principal fonte de
energia usada pelo organismo), não é permitir ou proibir certos alimentos.
Passo a explicar:
A
dieta cetogénica pretende adaptar uma
pessoa a usar gordura (cetonas) como principal fonte de energia em vez dos
hidratos de carbono. Para se conseguir isto, temos de limitar muito a quantidade de hidratos de carbono que ingerimos.
Esta
ideia – usar cetonas como principal “carburante” – fez-me sentido porque, como
diabética tipo 1, eu não consigo metabolizar hidratos de carbono de forma
perfeita. Como o meu organismo não produz insulina, eu tenho de calcular quanto
é que ele precisa desta hormona a cada momento e dar-lha. E muitas vezes este
cálculo corre mal porque é altamente complexo e envolve imensas variáveis
(alimentação, desporto, stress, repouso, hormonas, saúde, etc.).
Por
isso procurei mais informação sobre esta dieta e sobre o seu uso no controlo de
diabetes. Aprendi imenso, ainda estou a aprender neste momento, e algo me diz
que ainda tenho muito para aprender...
Aprendi
que não é algo que se possa começar de ânimo leve. É preciso informarmo-nos muito bem e percebermos o que fazer e como.
Ou corremos o risco de fazer tudo mal e pôr a nossa saúde em risco. E por isso,
me tenho sentido algo relutante em escrever sobre isso. Porque não quero de
maneira nenhuma incentivar outras pessoas a seguirem esta dieta de ânimo leve.
É algo que poderá fazer sentido para outras pessoas como fez para mim, mas tem
de haver muito empenho da sua parte. Por isso, vou fazer 1 série de posts sobre
esta dieta, com informação detalhada de modo a que outras pessoas possam estar
bem informadas caso queiram também experimentá-la.
Algumas
ideias importantes que gostava de partilhar (e espero desenvolver nos próximos
posts):
- O que é e o que não é
a dieta cetogénica – as bases científicas do que esta dieta faz ao nosso
metabolismo e organismo
- A dieta cetogénica
para um diabético – não é só o que se come, a quantidade e a periodicidade
da insulina também ajuda ou dificulta a produção de cetonas e a adaptação
a esta dieta; os benefícios, para 1 diabético são também muito diferentes
dos típicos “redução do peso e do apetite” ou “melhor desempenho atlético”.
Para mim, o mais importante é mesmo o controlo muito maior da glicémia.
- Desporto à base de
cetonas – subtilezas a aprimorar para não ficar sem gaz a meio da
atividade (aqui ainda ando a fazer experiências...)
- Resultados até aqui
(e, possivelmente, o que ainda terei de aprimorar no futuro)