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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Tipos!

Nós gostamos de pôr tudo em caixinhas! Mas às vezes não há caixinhas para nós... Há 2 anos fui diagnosticada como diabética tipo 2, mas passado algum tempo ficou claro que a medicação para a diabetes tipo 2 não funciona comigo e passei a tomar insulina. Então muitas vezes me perguntam: "Mas afinal és o quê?? Tipo 1 ou tipo 2??" E a verdade é que não é assim tão fácil de responder…

A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune: as células produtoras de insulina são destruídas porque o organismo as identifica como corpos estranhos. Sem insulina, a glicose não chega às células, que precisam dela para produzir energia, sendo por isso preciso tomar injeções de insulina. Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem diabetes tipo 1. Há casos em que as pessoas têm genes que as predispõem à doença. Pode também resultar de uma causa externa como por exemplo uma agressão por determinados vírus.

A diabetes tipo 2 caracteriza-se por graus variados de diminuição da secreção de insulina ou aumento da resistência à insulina. Mesmo havendo produção de insulina, há alguma incapacidade de absorção da glicose pelas células. Normalmente o tratamento passa por uma alteração da dieta e exercício físico. Outras vezes é necessário tomar também medicamentos orais e, por vezes, a combinação destes com a insulina.

E eu, onde estou? Inicialmente fui diagnosticada como tipo 2. Tinha valores de glicemia mais elevados do que os normais mas claramente ainda produzia alguma insulina. Mas era uma tipo 2 estranha, sem nenhum dos factores que normalmente são considerados de risco (obesidade, sedentarismo). A certa altura os meus valores de glicemia começaram a ser demasiado elevados e a não reagir a medicamentos orais. Ou seja, deixei de produzir insulina em quantidade suficiente e a precisar de a tomar. Não sei se ainda produzo alguma ou se já não produzo nada. Não sei se tecnicamente sou tipo 1 ou tipo 2. É possível até que seja “tipo 1,5” ou LADA, que é uma situação mais rara em que a diabetes insulino-dependente (ou autoimune) se desenvolve já na idade adulta e de uma forma mais lenta que na tipo 1… portanto sou uma diabética meio indefinida e às vezes nem sei o que responder... serei bi??? mas o nome realmente não interessa muito. É mais importante aprender a viver com a diabetes e a insulina nesta relação cheia de altos e baixos mas que é com toda a certeza para a vida...

2 comentários:

  1. Oi, oi! Encontrei seu blog pesquisando, obviamente, sobre diabetes. Fiquei encantada, pois pensei em fazer algo assim, pois tem muita gente que acha que diabetes é o fim do mundo, e blá blá blá. Sou diabética ha quase uma ano, LADA, e também sou escaladora, só que no Brasil, e a diabetes nunca me limitou a nada, pelo contrario. Se antes eu ja saia com alguma coisinha na bolsa para comer, hoje continuo saindo, só que mais atenta, para nao esquecer e ter hipos por ai. E nos dias de escada, nao aplico insulina no braço. Gostei muito de descobrir aqui essas bolsas térmicas para insulina, pois sabemos como o sol e o calor nos pega na parede, e esquenta tudo. Temos que proteger nosso "pâncreas", vou ver se arrumo umas dessas para mim. Beijos e prazer te conhecer virtualmente, Galiana

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  2. Oi Galiana,
    Que coincidência :)
    Conheço poucos diabéticos escaladores e não conheço mais nenhum LADA, por isso é muito bom que me tenhas encontrado!
    Se por acaso usares o facebook, liga-te aqui para mantermos contato:
    https://www.facebook.com/pages/Diabetes-e-Picos/395546170457345
    beijo

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