Como
já referi,
tenho usado a dieta cetogénica ou cetónica (keto diet/ ketogenic diet) para
manter um melhor controlo gicémico. Na minha breve experiência com o Libre, as
diferenças para uma dieta à base de hidratos de carbono são incríves.
Pequeno almoço cetogénico: yogurte grego com chia, farinha de linhaça, frutos secos e frutos vermelhos |
Mas
o que é a dieta cetogénica? Numa alimentação dita “normal” grande parte da
energia vem dos hidratos de carbono (HC). Na dieta cetogénica a ingestão de HC
deve ser mínima e a maioria da energia (70-75%) vem das gorduras.
O
nosso organismo pode usar HC ou gordura (cetonas) para produzir energia. Mas estamos
adaptados a usar os HC que comemos como fonte primária de energia. Isto
acontece porque não conseguimos armazenar HC; os que comemos em excesso são
armazenados em forma de gordura. Como a gordura pode ser armazenada, quando
temos as duas fontes disponíveis, usamos primariamente os HC.
Hoje
em dia, as pessoas ingerem sempre HC e comem com muita frequência, e nunca
precisam de queimar gorduras. Por isso não estamos adaptados a usar a gordura
que temos armazenada. Quando já temos poucos HC disponíveis, sentimos fome e
vamos novamente comer HC.
Quando
limitamos a ingestão de HC, o nosso corpo adapta-se e começa a usar gordura
como principal fonte de energia. Mas isto não acontece facilmente, temos de
limitar de forma significativa a quantidade de HC que ingerimos. O nosso corpo
leva alguns dias a adaptar-se, a criar as enzimas necessárias para usar essa
fonte de energia.
Esta
dieta surgiu inicialmente como terapeutica para a epilépsia e só
recentemente começou a ser utilizada noutros contextos, como forma de perder peso,
de controlar os níveis de colestrol, reduzir o risco de doença metabólica ou
ajudar no controle da glicémia em diabéticos tipo 2 e tipo 1. (vejam por exemplo aqui, aqui, aqui e aqui).
A
sua eficácia no tratamento de diabetes tipo 1 ainda não foi testada de forma
científica, mas um artigo de revisão indica esta dieta como potencialmente muito
positiva também para diabéticos tipo 1.
Os
diabéticos que têm experimentado referem como principais vantagens um maior
controlo glicémico, com muito menos hiperglicemias e hipoglicemias. Mas também cria
algumas dificuldades já que é uma dieta bastante restritiva, com várias
limitações. De seguida vou fazer um post sobre vantagens e desvantagens da
dieta.
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