Há cerca de 1 ano atrás sentia-me na melhor forma de sempre. Andava a treinar ou escalar cerca de 5 vezes por semana e andava a escalar as vias mais difíceis que já tinha experimentado.
Por isso, quando numa consulta de rotina a médica me disse que as minhas análises pareciam indicar diabetes, fiquei perplexa. E ainda mais quando ela me perguntou, como que a tentar confirmar o diagnóstico, se ultimamente me andava a sentir cansada ou com falta de força.
Que sentido fazer de um diagnóstico destes? Os diabéticos tipo 2 têm em geral excesso de peso, idades avançadas, estilos de vida sedentários. Porquê eu? E o que é que isso significaria para a minha vida? Para a minha escalada? E para as minhas aventuras nas montanhas?
Perguntei à médica o que fazer. Ela sugeriu o que me pareceu a “receita tipo” para diabéticos tipo 2: que fizesse exercício, reduzisse a ingestão de açúcares e hidratos de carbono. Tentei explicar-lhe que exercício já eu fazia e muito, ao que ela respondeu “óptimo! Então é só continuar”. Saí dali com montes de perguntas.
Uma semana depois fui de férias – 1 semana de escalada na Catalunha. Tinha planeado dias de escaladas de largos, que envolviam longas caminhadas de aproximação, várias horas de escalada e depois também uma hora ou mais para descer e regressar ao acampamento.
Claro que as férias não correram nada bem! Ao mesmo tempo que fazia todo este exercício, tentava não comer nada com açúcar e cortar nos hidratos de carbono. Nessa semana perdi mais de 2kg (o que para mim já é bastante) e passei metade dos dias sem energia para fazer aquilo que tinha planeado. Voltei ainda com mais dúvidas e mais questões.
Quando regressei a Portugal, telefonei logo à minha amiga Catarina, diabética tipo 1 desde criança e que sempre fez montes de exercício, incluindo maratonas. Ela deu-me alguns conselhos, o mais importante de todos, foi o de ir à médica dela, que há muitos anos trabalha com diabéticos que fazem desporto.
Escalada em Vila Nova de Meía, Catalunha |
Descobri este Blog ontem, através da página do Facebook do "omeubtttemdiabetes".
ResponderEliminarAcabo de ler este post e encontrei semelhanças com a minha história pessoal. O mês do diagnóstico, as perguntas que surgiram, as respostas que necessitava, o facto de fazer "algum exercício de longa duração", o que comer durante o exercício...etc.
As coisas não são tão complicadas quanto nos parecem nos primeiros pensamentos e podemos fazer "tudo" com este amigo que agora nos passou a acompanhar.
Paulo Ramos
Olá Paulo!
ResponderEliminarObrigada pela mensagem. Realmente os primeiros tempos são complicados, mas depois vamos descobrindo como lidar com isto e como fazer uma vida normal, com tudo o que temos direito :)
bjs