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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Jordânia


Nos últimos 15 dias andei pela Jordânia e a viagem correu mesmo bem a todos os níveis. Escalei imenso, passeei imenso e diverti-me ainda mais. Para além disso tenho andado com um óptimo controlo glicémico o que me deixa ainda mais contente.

Eu e o Mário, o meu companheiro, começámos a viagem com alguns contratempos e a adaptação ao Wadi Rum não foi fácil. Por lá é tudo muito diferente e um bocado extremo: montanhas, calor, frio, vento, tempestades de areia, chuvadas… Num momento podemos estar a derreter ao sol e no momento seguinte, quando ficamos à sombra ficamos a tremer de frio. A rocha também pode ser excelente e uns metros acima começar a desfazer-se, tocamos-lhe e pulveriza-se em areia! Como não tínhamos experiência a escalar arenito, os primeiros dias foram de adaptação, até começarmos a saber ver em que rocha podemos confiar e quando é que é necessário cuidado extra.

A orientação também não é nada fácil. O terreno é um pouco labiríntico, com as montanhas a serem cortadas por “siqs” (canyons) e cheias de plataformas intermédias e torres por cima de outras torres. Ou seja, a orientação é muito mais tridimensional do que estou habituada, havendo vários níveis de montanhas e torres interligados por canyons.

Nos dois primeiros dias fizemos umas escaladas que não nos deixaram muito confiantes por não estarmos muito habituados à rocha. No terceiro dia  acordámos cedo para fazer uma via beduína (os caminhos que os beduínos fazem pelas suas montanhas há muitas centenas de anos). Depois de caminhadas, trepadas e escalada em rocha duvidosa, chegámos a um patamar que tinha uma vista excelente, mas que não tinha nada a ver com o local onde deveríamos estar… o pior era o facto de voltar tudo para trás não ser nada fácil. Como não dava para destrepar, tivemos de montar rappeis em rocha que se desfazia... medo!!!

Mas depois destes primeiros dias atribulados, as coisas começaram a fluir. Habituámo-nos ao tipo de rocha e de escalada e começámos a orientar-nos melhor. Escalámos fissuras, chaminés, diedros e placas. Fizemos “caminhos beduínos”. Dormimos no deserto...

Em relação às refeições, também correu tudo melhor do que eu estava à espera. Como sou semi-vegetariana (não como carne) estava com algum receio da comida. Mas a comida na Jordânia é bastante variada e sempre acompanhada com imensos vegetais, saladas, molhos de yogurte e de hummus (pasta de grão)…  por isso acabei por comer sempre bem. Mesmo no Wadi Rum, que é desértico e mais isolado, encontrei sempre bastantes vegetais e até fruta. A única coisa que não correu tão bem foi o pão. Normalmente só têm o pão tipo pita que descobri não me fazer nada bem, provocando-me hipers. Felizmente encontrei algumas alternativas como um outro tipo de pão, torrado, que resolveram o problema. 

1 comentário:

  1. Mª João,
    Adorei e melhor ainda se anda tudO controladO!
    Boas escaladas,
    casf

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